sexta-feira, 10 de julho de 2009
Polícia conclui inquérito sobre morte da promotora de Justiça
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e da Polícia Civil concluíram a investigação sobre o assassinato da promotora de Justiça Maria Aparecida Clemente, encontrada morta no dia 7 de abril de 2001 no lixão de Igarassu, com dois tiros na cabeça. O MPPE e a Polícia Civil denunciam cinco homens pela autoria do crime, entre eles está o viúvo da vítima, o empresário José Aderval Clemente, 52 anos, apontado como mandante do crime.
A conclusão do inquérito foi apresentada nesta quinta-feira (9) pelo procurador-geral de justiça, Paulo Varejão, pelo secretário de Defesa Social, Servilho Paiva, pelo delegado Darley Timóteo e pelo promotor de Igarassu, João Alves.
Depois de verificadas as hipóteses de sequestro, latrocínio e homicídio em decorrência da atuação funcional, a investigação concluiu que o assassinato de Maria Aparecida foi motivado por uma questão financeira.
Durante as investigações, o MPPE e a Polícia Civil ouviu 136 depoimentos e recolheu provas materiais que compõem um inquérito com oito volumes e 1.848 páginas, onde conseguem estabelecer a motivação do crime e a ligação entre José Aderval e o grupo de extermínio Thundercats, responsável pela execução.
De acordo com a polícia, as investigações comprovaram a participação direta de cinco pessoas no assassinato. Além do viúvo da vítima, está o ex-funcionário dele, Alberto Carlos da Silva e três integrantes de um grupo de extermínio, que na época agia na zona norte do Recife, Emilson dos Santos Davi, Lúcio Pereira da Silva e João Lucélio do Nascimento. Todos já haviam sido presos e libertados por falta de provas. Para a polícia, agora, não nenhuma dúvida da participação de todos no crime.
Dos cinco homens acusados de participação na morte da promotora de justiça, dois já estão presos por outros crimes, um morreu e outros dois estão em liberdade: o viúvo da vítima e o ex-funcionário dele, que teria intermediado a negociação com o grupo de extermínio.
MOTIVAÇÃO
O empresário José Aderval Clemente, também suspeito de cometer crime de sonegação fiscal e de falsificação de documentos público, teria resolvido assassinar a mulher depois que a promotora, que também era sua sócia, discordou da ação do marido e disse temer um processo criminal por causa das sonegações. Ela conseguiu sair da sociedade com José Aderbal e chegou a propor separação conjugal.
Caso o divórcio tivesse se oficializado, os bens da família ficaram sob poder de Maria Aparecida, a quem caberia a guarda dos três filhos menores. Com a morte da esposa, por outro lado, os bens ficariam de herança aos menores e não seriam alvo de execução fiscal.
O CRIME
A promotora de justiça Maria Aparecida Clemente, na época com 43 anos, foi sequestrada na saída de um supermercado no bairro da Torre, no Recife, e encontrada morta poucas horas depois, com dois tiros na cabeça, no lixão do município de Igarassu, na Região Metropolitana. O crime aconteceu no dia 7 de abril de 2001.
Para forjar latrocínio, o grupo fez vários saques em caixas eletrônicos do Banco do Brasil e do Bandepe utilizando os cartões da promotora. O carro da vítima foi encontrado abandonado no Poço da Panela no dia seguinte ao crime. Para despistar a polícia, José Aderval levantou a hipótese de que a esposa teria sido vítima de sequestro, na época um crime muito comum na Região Metropolitana do Recife.
Da Redação do pe360graus.com
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