terça-feira, 15 de setembro de 2009

Comerciantes desconhecem kit troco

Oprimeiro dia do kit troco não teve adesão dos pequenos comerciantes. O serviço, criado pelo Banco Central, começou ontem com o objetivo de substituir cédulas de R$ 100 por moedas ou cédulas de R$ 2 e R$ 5, facilitando o troco no comércio. Mas, de acordo com o Banco do Brasil, instituição que está responsável pela distribuição das moedas e das cédulas, ninguém procurou o kit ontem. Muitos comerciantes ainda desconhecem o programa. Por enquanto, o serviço está disponível apenas na agência do BB do Marco Zero, na Avenida Rio Branco.

Para facilitar o troco, o Bando Central pediu à Casa da Moeda a produção de 1,4 bilhão de moedas, o que vai aumentar o volume em circulação em 10%. São quase oito novas moedas para cada um dos 190 milhões de brasileiros. Também vão ser produzidas 460 milhões de cédulas - pouco mais de duas por habitante. Serão 350 milhões de notas de R$ 2, o que vai aumentar a circulação dessa cédula em 50%, e 110 milhões de R$ 5. Para produzir essas moedas e cédulas, o Banco Central vai gastar R$ 220 milhões.

Esse dinheiro será colocado no mercado através dos bancos, que podem solicitar as moedas e as cédulas de menor valor ao BC, e do kit troco, que seria um canal direto com a população. O serviço é gratuito e não precisa ser correntista do BB para ter acesso ao kit. O foco do programa são os pequenos comerciantes, mas qualquer pessoa pode trocar as notas de maior valor por moedas e cédulas de R$ 2 ou R$ 5. Para cada troca é preciso ter no mínimo uma soma de R$ 100 em cédulas.

Mas, no primeiro dia, ninguém procurou o kit no Banco do Brasil do Marco Zero. José Pereira da Silva, 69 anos, é um dos comerciantes que não sabiam do programa. "Agora que estou sabendo, vou mandar pegar o dinheiro trocado lá", afirma ele. Assim como no comércio em geral, na sua loja, a JP Presentes, o troco é um problema. A média de preços dos produtos é de R$ 30. "Mas muitos chegam aqui com notas de R$ 50 e até R$ 100. Agora mesmo, eu estou sem nenhuma cédula de R$ 10, de R$ 5 e de R$ 2", comenta ele.

A nota de R$ 1, que deixou de ser fabricada em 2006 e aos poucos está sendo retirada de circulação, é a mais reclamada pelo comércio. O Banco Central decidiu concentrar a produção de R$ 1 na moeda, pois enquanto a cédula de R$ 1 tem vida útil estimada em 13 meses, a moeda dura no mínimo 20 anos. Mas, apesar de existirem R$ 1,4 bilhões de moedas nesse valor, os comerciantes alegam dificuldades no troco. "Falta tudo quanto é moeda, especialmente a de R$ 1, de R$ 0,50 e de R$ 0,25. O cliente não gosta de esperar a gente trocar o dinheiro na rua", comenta José Cícero da Paz, gerente da Millanos Variedades. O gerente também não sabia que poderia trocar as suas notas por moedas.

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