sexta-feira, 8 de maio de 2009


Que o Bolsa-Família tinha suas falhas, até o mais lunático leitor sabia. Só não sabia que se tratava de algo tão escandaloso. O levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União em cima das fraudes do programa é um soco no estômago da sociedade. Entre os beneficiários ilegais aparecem 577 políticos eleitos, 3.791 mortos, 106.329 donos de carros, caminhões, tratores ou motos e 1,1 milhão de famílias com renda acima do permitido.



O ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social, a quem o programa está vinculado, está na berlinda. Lula foi enganado por ele de uma forma ou de outra, seja pelas falhas na fiscalização ou na incompetência no gerenciamento. Há 90 dias, ele próprio anunciou o corte de 400 mil pessoas que estavam sendo contempladas usando o artifício da fraude.



Se é tão fácil manipular e fraudar, a ponto de mortos e até um gato se inscrever e receber, Lula tem que fazer uma urgente e radical intervenção no programa, passando pela mudança dos critérios e, quem sabe, na ajuda do Exército para fiscalizar.



É bom lembrar que os beneficiários saem do Cadastro Único de programas sociais do governo, o que, provavelmente, dever estar ocorrendo em outros modelos adotados pelo governo na sua chamada rede de proteção social. Se o Governo não toma decisões, cabe ao Congresso abrir uma CPI para investigar o escândalo.

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